Este Inverno está a fazer-se de difícil... endless winter, quase uma analogia perfeita com um estado letárgico que tenho vivido até agora. Vou aproveitar para dar continuidade ao texto publicado anteriormente.
Terminava com o aprender com a vida! A vida é muito mais do que sofrimento, tristeza, angústia, dor, espera e vazio...
Tive de aprender a viver outra vez, tive de aprender a namorar com a vida e aproveitar a serenidade que os anos se encarregam de trazer.
Peço que a Primavera chegue e com ela uma vida nova! Eu tenho a sorte, ou a infelicidade, de poder afirmar que a vida me deu uma segunda oportunidade. Talvez por isso tento que cada momento vivido por mim, diariamente, seja repleto de felicidade. Aos poucos vou-me sentindo firme e segura... estou, finalmente, a conseguir arrumar a minha cabeça e o meu coração.
Volto a lembrar-me de "ti"... sabes, se o destino não nos quis juntos é porque me reserva algo de muito melhor. Tenho de admitir que, desde o início eu senti todas as fragilidades da nossa relação, elas teimavam em acenar-me com uma bandeira e eu teimava em olhar noutra direcção, apenas porque queria voltar a acreditar que agora é que seria... Mas isto sou eu, no que tenho de pior, continuo a acreditar em contos de fada. Acho que fiquei, algures, presa na minha infância aos contos infantis... Tal como tu ficaste preso na "Terra do Nunca".
No fundo eu acredito que o facto da vida mudar deve ser encarado como algo de positivo, e sei que a cada mudança vai doer, porque ela nem sempre muda como queremos ou quando queremos, mas muda! E o que importa é continuarmos a acreditar que "Deus" (como quer que cada um o conceba) nunca fecha uma porta que não abra uma janela. Na verdade, também não me importo de ficar à janela, coisas engraçadas acontecem, não estivesse a Carochinha à janela, teria perdido a oportunidade de conhecer o João Ratão! ;)
Devo acrescentar, porém, e como já referi em textos anteriores, que agora encaro o futuro de um modo completamente diferente, completamente diferente do futuro que te descrevi da última vez que nos encontramos... sim, daquela vez em que eu não resisti em tratar-te bem, apesar de não o mereceres, recebi-te de braços abertos, abraçaste-me com "aquele" abraço cheio de calor e de um certo tipo de saudades que ninguém consegue descrever, mas que nós, na nossa cumplicidade, sabíamos como são, melhor, eram! Hoje consigo ver-te com outros olhos, uns olhos que foram regados pelas lágrimas do sofrimento que me causaste... já não aguentaria os teus avanços e recuos... de seguir em frente e voltar atrás... construiste um muro à tua volta, cada vez mais alto, motivado pelo medo absurdo de assumir determinadas responsabilidades... essa tua grande especialidade!
"Não é fácil um homem aliar inteligência com generosidade. E ainda que possua ambas as qualidades, é raro que reúna também uma terceira, a que distingue as pessoas que valem a pena daquelas que deixamos para trás; essa qualidade, que não se compra, não se treina e não se finge, chama-se integridade. Receio que também não a tenhas. Não te preocupes; a todos nos falha, de vez em quando, mesmo quando representa um valor fundamental. Não somos perfeitos, nunca. Apenas conseguimos por instantes tocar a perfeição. E uma das formas de a tocar é sermos sempre verdadeiros, sempre, sem excepção, sobretudo para nós próprios."MRP
Estou mais habituada a dar do que a receber, este é mais um dos aspectos que ando a tentar mudar, no entanto, acredito que é verdade quando se diz que o Universo é um lugar justo e que tudo aquilo que se dá acabamos por receber em dobro. Vou ficar à espera, pacificamente, que tudo aquilo que dei ao longo da vida comece a chegar até mim.
O presente ganhou, para mim, uma força renovada... tem outro significado, outros contornos, muito mais belos e poderosos. O passado ficou onde deve estar, no passado. Infelizmente não posso ir lá atrás modificar o que quer que seja, e em boa verdade nem sei se o faria, porque foram todas essas vivências que fizeram de mim a pessoa que hoje sou e de quem me orgulho tanto! Quanto ao futuro, também está onde deve estar: no futuro. Gosto de sonhar que muitas coisas maravilhosas ainda me vão acontecer, mas já não gasto a minha energia a pensar que da concretização desses sonhos depende a minha vida. Agora aprendi a viver "um dia de cada vez", e sem pressa de lá chegar!
O meu filho é, sem alguma dúvida, o meu maior projecto de vida, um dos mais importantes também... porque estaria a mentir se não dissesse que ambiciono também um outro projecto, também ele importante... o de ser feliz. Sei que este tema é abrangente e subjectivo...
Terminava com o aprender com a vida! A vida é muito mais do que sofrimento, tristeza, angústia, dor, espera e vazio...
Tive de aprender a viver outra vez, tive de aprender a namorar com a vida e aproveitar a serenidade que os anos se encarregam de trazer.
Peço que a Primavera chegue e com ela uma vida nova! Eu tenho a sorte, ou a infelicidade, de poder afirmar que a vida me deu uma segunda oportunidade. Talvez por isso tento que cada momento vivido por mim, diariamente, seja repleto de felicidade. Aos poucos vou-me sentindo firme e segura... estou, finalmente, a conseguir arrumar a minha cabeça e o meu coração.
Volto a lembrar-me de "ti"... sabes, se o destino não nos quis juntos é porque me reserva algo de muito melhor. Tenho de admitir que, desde o início eu senti todas as fragilidades da nossa relação, elas teimavam em acenar-me com uma bandeira e eu teimava em olhar noutra direcção, apenas porque queria voltar a acreditar que agora é que seria... Mas isto sou eu, no que tenho de pior, continuo a acreditar em contos de fada. Acho que fiquei, algures, presa na minha infância aos contos infantis... Tal como tu ficaste preso na "Terra do Nunca".
No fundo eu acredito que o facto da vida mudar deve ser encarado como algo de positivo, e sei que a cada mudança vai doer, porque ela nem sempre muda como queremos ou quando queremos, mas muda! E o que importa é continuarmos a acreditar que "Deus" (como quer que cada um o conceba) nunca fecha uma porta que não abra uma janela. Na verdade, também não me importo de ficar à janela, coisas engraçadas acontecem, não estivesse a Carochinha à janela, teria perdido a oportunidade de conhecer o João Ratão! ;)
Devo acrescentar, porém, e como já referi em textos anteriores, que agora encaro o futuro de um modo completamente diferente, completamente diferente do futuro que te descrevi da última vez que nos encontramos... sim, daquela vez em que eu não resisti em tratar-te bem, apesar de não o mereceres, recebi-te de braços abertos, abraçaste-me com "aquele" abraço cheio de calor e de um certo tipo de saudades que ninguém consegue descrever, mas que nós, na nossa cumplicidade, sabíamos como são, melhor, eram! Hoje consigo ver-te com outros olhos, uns olhos que foram regados pelas lágrimas do sofrimento que me causaste... já não aguentaria os teus avanços e recuos... de seguir em frente e voltar atrás... construiste um muro à tua volta, cada vez mais alto, motivado pelo medo absurdo de assumir determinadas responsabilidades... essa tua grande especialidade!
"Não é fácil um homem aliar inteligência com generosidade. E ainda que possua ambas as qualidades, é raro que reúna também uma terceira, a que distingue as pessoas que valem a pena daquelas que deixamos para trás; essa qualidade, que não se compra, não se treina e não se finge, chama-se integridade. Receio que também não a tenhas. Não te preocupes; a todos nos falha, de vez em quando, mesmo quando representa um valor fundamental. Não somos perfeitos, nunca. Apenas conseguimos por instantes tocar a perfeição. E uma das formas de a tocar é sermos sempre verdadeiros, sempre, sem excepção, sobretudo para nós próprios."MRP
Estou mais habituada a dar do que a receber, este é mais um dos aspectos que ando a tentar mudar, no entanto, acredito que é verdade quando se diz que o Universo é um lugar justo e que tudo aquilo que se dá acabamos por receber em dobro. Vou ficar à espera, pacificamente, que tudo aquilo que dei ao longo da vida comece a chegar até mim.
O presente ganhou, para mim, uma força renovada... tem outro significado, outros contornos, muito mais belos e poderosos. O passado ficou onde deve estar, no passado. Infelizmente não posso ir lá atrás modificar o que quer que seja, e em boa verdade nem sei se o faria, porque foram todas essas vivências que fizeram de mim a pessoa que hoje sou e de quem me orgulho tanto! Quanto ao futuro, também está onde deve estar: no futuro. Gosto de sonhar que muitas coisas maravilhosas ainda me vão acontecer, mas já não gasto a minha energia a pensar que da concretização desses sonhos depende a minha vida. Agora aprendi a viver "um dia de cada vez", e sem pressa de lá chegar!
O meu filho é, sem alguma dúvida, o meu maior projecto de vida, um dos mais importantes também... porque estaria a mentir se não dissesse que ambiciono também um outro projecto, também ele importante... o de ser feliz. Sei que este tema é abrangente e subjectivo...
Para mim a felicidade passou também a ter outro significado... felicidade é para mim poder estar aqui a escrever, felicidade é sentir que o meu filho está feliz. Felicidade é poder concretizar os meus projectos, felicidade é saber que valorizam o meu trabalho. Felicidade é saber que dentro em breve vou estar a apresentar uma comunicação para centenas de pessoas, porque acreditam na qualidade daquilo que faço. Felicidade é poder olhar este mar azul que me rodeia, ouvir os pássaros cantar, sentir a chuva a bater na janela, tomar uma chávena de chocolate quente, ouvir a música que eu gosto, passar algum tempo com as pessoas que já fazem parte de quem eu sou...
A felicidade deixou de ser algo distante, é o aqui e agora e o daqui a pouco também, saber que vou dar um beijo de boa noite ao meu filho e saber que amanhã, quando acordar ele vai estar lá, para me abraçar e dizer que me ama. Felicidade é sonhar, ainda que por vezes os sonhos sejam com coisas que ainda não se concretizaram, mas guardo a beleza dessas imagens, elas povoam o meu imaginário, e isso basta-me, por enquanto. Óbvio que ainda ambiciono conhecer alguém com quem possa construir uma vida a dois, feita dessa matéria-prima que é a felicidade, cujos ingredientes são, nada mais, nada menos do que, a perseverança, a fé e a segurança. Coisas simples, daquelas que eu gosto!
Dizem que nos apaixonamos por aquilo que não conhecemos e amamos aquilo que conhecemos. Amei-te na medida em que te conheci, provavelmente melhor do que ninguém, fui tão dócil contigo, como nunca o tinha sido com outro homem, enquanto tu... tu apenas te apaixonaste por mim. Hoje acredito que nunca me conheceste... E agora já não vens a tempo de o fazer!
"Embora me desejes o melhor do mundo e isso seja também uma forma de amor, desconheces o poder construtivo do amor; amar alguém é participar de forma activa na edificação de uma felicidade comum, possível e palpável, como uma casa ou, melhor ainda, como uma árvore. E tu, meu querido e confuso amigo, nunca te lembraste de regar as sementes que foste acidentalmente deixando cair na terra por onde passas. Ou então regressas ao lugar onde elas crescem de geração espontânea, e, sem que nunca as tenhas adubado com afecto ou protegido dos ventos da solidão, arrancas-lhes as raízes." MRP
Tempo houve em sonhávamos juntos e que quando olhavas o futuro o imaginavas ao meu lado, como costumavas dizer: "para toda a eternidade", mas o teu medo de falhar foi mais forte. Há pouco tempo senti algum alívio ao reler uma carta que me enviaste... nesse instante eu percebi que não enlouquecera, nessa altura, de amor por ti. Não andei a inventar cenários... O consolo é magro, mas nele encontro algum sentido de justiça... no amor, como na vida, a justiça tarda mas não falta.
Estes textos, que aqui escrevo, marcam uma ruptura definitiva. Preciso desta ruptura para manter o equilíbrio!
"Há pessoas que entram em pânico quando são obrigadas a lidar com a realidade das relações amorosas, e tu és uma delas. O teu labirinto não te permite deixar que aqueles que te amam se aproximem mais do que aquilo que consideras seguro para ti. És um ermita por natureza e por escolha própria. E acredita que sei que, no fundo, até és feliz, ou pelo menos vives momentos de grande tranquilidade, sozinho, habituado apenas à tua presença, ao teu cheiro, aos armários com a tua roupa. Precisas tão desesperadamente de silêncio como eu de palavras. Por este e outros motivos, vou-me apercebendo cada vez mais de que somos - ou estamos - diferentes. O teu medo quase letal perante a viabilidade da nossa relação assustou-te de tal forma que me fechaste a porta na cara várias vezes, embora depois não resistisses a voltar. Agora sou eu que não resisto a fechar-ta na cara, com toda a força que tenho e com toda a veemência que sinto. Quando batemos com a porta, também é para nós. Precisamos que se abata sobre a nossa consciência esse estrondo final, como qualquer coisa de grandioso que se quebra, um enorme edifício que implode.
É fundamental bater com a porta, e com quanto mais força, melhor, principalmente se já levamos com ela na cara"MRP
E é com este estrondo final que termino por hoje... a noite vai avançando e o meu corpo pede-me para descansar!
Afinal ainda haverá uma parte III...
Um beijo doce
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