segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

À Procura de um Betinho!

Estive aqui a pensar se me poderia considerar uma rapariga "normal", pronto, pronto, já sei que a idade do BI já não me considera uma rapariga, mas aquilo que conta é o que sinto cá dentro, pois cada vez que a metamorfose ocorre, eu sou uma menina outra vez, renasci! Mas pronto, para os mais críticos, eu reformulo a questão: Estive aqui a pensar se me poderia considerar uma MULHER "normal"...?! (melhor?)

Confesso que não sei muito bem definir normal ou normalidade mas, de acordo com aquilo que aprendi, o primeiro significa: o que age conforme a regra, o que não sofre perturbações a nível físico e/ou psicológico, ou ainda, aquilo que é habitual. Bom, vamos já abrir um parênteses aqui... Primeiro: a maior parte das vezes não sigo as regras, não apenas para ser do contra, mas porque não concordo com muitas delas. Segundo: "perturbações a nível físico e/ou psicológico" destas acho que todos sofremos, há sempre alguém que não gosta do nariz ou do dedo do pé e de quando em vez todos sofremos de algumas crises que apenas ainda não foram declaradas como patológicas... bem vistas as coisas, não será por aqui que eu me encaixo na definição de uma pessoa normal! Quanto ao conceito de normalidade, que será: a qualidade ou estado de normal ou do que está de acordo com as regras... então já estarei a milhas de pertencer a esta dita "normalidade"...

Sempre tive uma "tara" por homens rebeldes, por homens que fugissem à dita normalidade, contestatários, inteligentes, independentes... mas como se costuma dizer: nem tanto à serra nem tanto ao mar, ou melhor dizendo: "cada tiro cada melro" (tento aprender a rir de mim própria, e hoje compreendo, que todas as más escolhas que fiz, não foram assim tão más, ensinaram-me a crescer! Hoje olho para trás com um sorriso no rosto!) ... Eu tenho, mais do que uma tendência, diria, até, uma propensão para encontrar "Freaks of Nature", ou pelo menos é assim que eles se acabam por revelar, pela sua falta de carácter, integridade, honestidade, e todos os adjectivos depreciativos começados por todas as letras do alfabeto... e que agora não me apetece dizer!

Então decidi ser diferente, desta vez vou ao encontro da normalidade e vou procurar um Betinho! Ou como o Daniel Sampaio apelida, carinhosamente, de "Amélias" em Inventem-se Novos Pais: "São rapazes que frequentam sobretudo colégios particulares. Passam os reduzidos tempos livres a construir puzzles ou a comprar roupa. (...) Querem estudar Gestão e continuar a carreira do pai, com quem tem um entendimento intelectual (...). Na primária foram alunos perfeitos: boa letra, bons testes, resposta pronta quando a professora, sempre atenta, lhes solicitava o verbo fácil. Jamais se viraram para trás, disseram um palavrão ou chegaram tarde à escola." Blá, blá, blá... Não me digam que acreditaram naquilo que acabei de escrever!?!?

Era só um destes que me faltava na colecção... Um Amélia!! Não! Mas também não procuro um Cromo, ou um Rambo... na verdade, neste momento e julgo que em muitos outros que se avizinham, não estarei à procura, nem sequer receptiva a nenhum dos pseudo-tipos que possam aparecer.

Hoje saí de casa e apeteceu-me comprar um peixe!! Podem chamar de estupidez: afinal já tenho um gato e, como dizia o Silvestre a olhar para o Tweety: "Hum, que petisco"! Podem chamar de capricho, mas achei que um peixinho vermelho podia conferir à minha sala aquele "toque especial" que faltava! Ao mesmo tempo que conferiria à minha existência momentos de tranquilidade!

Depois de toda a adaptação necessária, finalmente o meu peixinho ficou instalado, diria até, que muito bem instalado na sua habitação Zen... e eu passo minutos infindáveis a admirar a sua silenciosa expressão corporal.
Afinal já deveria ter tomado esta opção muito mais cedo: é um bicho pacato, não dá muito trabalho, ouve as minhas mágoas, dá movimento à minha vida... não deixa a tampa da sanita levantada, não exige as refeições a horas, não deixa pêlos espalhados por todo o lado, não me pede dinheiro emprestado para pagar as contas, enfim, tudo aquilo que uma mulher "normal" idealiza no homem que quer ao seu lado para o: "...e foram felizes para sempre!"(risos)

Certo que não vai ao supermercado, nem vai despejar o lixo, mas essas coisas aprendi-as a fazer sozinha e ao meu ritmo!

Vou ficar-me pelo peixe! E digo-vos que até me sinto com sorte! Chamei-o de Betinho por ser um Betta, que como muitos saberão, ou não, é um peixe carnívoro, de origem asiática e, principalmente, muito diferente do meu ex-namorado que me abandonou, à procura dele próprio, que é o que os homens fazem quando não querem crescer ou assumir responsabilidades! Sabes o que te diria agora? Compra um peixe, porque um cão dar-te-ia muito trabalho para o levares à rua e com um gato terias de gastar tudo o que ganhas para lhe comprares comida!

Quem sabe algum dia aparece alguém para resgatar o meu Betinho, tal como fizeram com o Nemo e me encontrem a mim ...













1 comentário:

INANDOUTSHANTI disse...

Tens mesmo de arranjar um espelho, ele está de rastos, creio até que deve estar a pensar "mas que vida monotona".
Fartei-me de rir, com que então ele não deixa a tampa da sanita levantada, ai, que momento bem passado.