domingo, 28 de março de 2010

Ainda a... Mudança!

"Podemos acreditar que tudo o que a vida nos oferecerá no futuro é repetir o que fizemos ontem e hoje. Mas, se prestarmos atenção, vamo-nos dar conta de que nenhum dia é igual ao outro. Cada manhã traz uma bênção escondida; uma bênção que só serve para esse dia e que não se pode guardar nem desaproveitar.
Se não usamos este milagre hoje, ele vai-se perder.
Este milagre está nos detalhes do quotidiano; é preciso viver cada minuto porque ali encontramos a saída de nossas confusões, a alegria de nossos bons momentos, a pista correcta para a decisão que tomaremos.
Nunca podemos deixar que cada dia pareça igual ao anterior porque todos os dias são diferentes, porque estamos em constante processo de mudança."
Paulo Coelho

As emoções são as forças mais poderosas dentro de nós! Sob a força das emoções, os seres humanos podem desempenhar os actos mais heróicos ou mais bárbaros. Há quatro emoções básicas que podem apertar o gatilho das acções e realizações mais incríveis na nossa vida. No dia em que nós permitirmos que elas se acendam no nosso interior, será o dia em que iremos transformar a nossa vida.

DESGOSTO: Associamos sempre a palavra desgosto a alguma coisa má. No entanto, o desgosto, quando canalizado para uma acção positiva, pode mudar a vida de uma pessoa. A pessoa que chega a um profundo desgosto, chega também a um ponto de “no return”. Não importa qual a origem do desgosto, vai estar sempre associado a sentimentos como o medo, a dor, a humilhação, o cansaço, a saturação de uma determinada situação. Aquele ponto em que se diz: “para mim chega!”. Chega de viver sem dinheiro. Chega de mentiras. Chega de fazer o que não gosto. BASTA!

DECISÃO – Existe uma coisa que nos afecta a todos, sem excepção: chama-se “a zona de conforto”, aquela em que nos instalamos e dali não queremos sair. Por isso, para tomarmos uma decisão, precisamos de ser colocados contra a parede. E sempre que isso acontece, temos de lidar com as emoções conflituosas que daí se originam. É como chegarmos a uma encruzilhada com duas, três ou às vezes mais direcções, e temos de seguir por uma delas, excepto aquela de onde vínhamos. As decisões que mudam a nossa vida podem ser comparadas a uma guerra. Só que é uma guerra que se processa no menor campo de batalha do mundo. Aquele de mais ou menos 12 x12 cm, entre nosso ouvido direito e nosso ouvido esquerdo, sim o nosso cérebro. São exércitos conflituosos de emoções, cada qual com seu arsenal de razões, cada qual lutando pela supremacia da nossa mente.
Qualquer que seja a razão para tomarmos uma decisão, uma coisa é certa: Acampar na encruzilhada será a coisa mais perigosa a ser feita. Devemos decidir logo e devemos seguir em frente com a decisão. É melhor tomar a decisão errada do que ficar em cima do muro à espera que a vida decida por nós.

DESEJO – Há apenas duas razões pelas quais fazemos tudo na vida: ter prazer ou evitar a dor. Isso leva-nos a agir! Há muitas formas pelas quais temos os nossos desejos são despertos. Mas uma coisa é certa: não devemos criar muros de protecção à nossa volta, com medo de que os nossos desejos nos possam levar a lugares inexplorados... sei que isso é capaz de nos causar algum medo, invariavelmente, temos medo do desconhecido. Mas devemos pensar de uma forma ligeiramente diferente: o muro que nos irá proteger dos desapontamentos será o mesmo muro que irá evitar que entre a luz de sol e torne as nossas experiências mais enriquecedoras. Deixemos a vida tocar a nossa alma. O próximo toque poderá ser aquele que transformará a nossa vida para sempre e para melhor.

DETERMINAÇÃO – A determinação diz: “eu farei!”. Nada no mundo pode resistir a um desejo humano que tomou a força da acção com determinação! O alpinista determinado a subir uma montanha, não irá intimidar-se com palavras como: é muito alta, é muito fria, é muito rochosa, tem muita neve, faz muito vento, é muito perigosa! Porque aquela é a montanha dele, o momento em que ele parte à conquista. Ele apenas dirá: “Vais ver-me acenando lá do alto ou então nunca mais me vais ver, porque eu não vou voltar! Eu faço, ou morro tentando!" Isto é determinação!
Confrontados com tamanha determinação, o "Destino", o "Tempo", a "Circunstância", ou o que lhe quisermos chamar, concerteza irão dizer para si próprios: “É melhor deixá-lo(a) conseguir, pois afinal ou ele(ela) chegará lá ou morrerá tentando!"
A melhor definição de determinação foi dada por uma menina de nove anos de Nova York, que ganhou o prémio de melhor vendedora de biscoitos para uma campanha de beneficiência: “Determinação é prometer a você mesmo que nunca irá desistir!”.
Perguntem a vós próprios: “quanto tempo eu vou trabalhar para realizar meus sonhos?" A resposta certa é: TANTO TEMPO QUANTO FOR NECESSÁRIO PARA REALIZÁ-LO!!

"Pouca coisa é necessária para transformar inteiramente uma vida: amor no coração e sorriso nos lábios."
Martin Luther King

E agora vou de férias... Vou quebrar (ou não) a minha promessa de cá vir todos os dias, mas mesmo que não escreva aqui, estarei escrevendo onde estiver!
E dar-vos-ei conta dos meus pensamentos...

O meu beijo doce! Até breve, breve...

sábado, 27 de março de 2010

Mudanças - Feng Shui

Como certamente já repararam, a maior parte dos temas que aqui vou desenvolvendo prendem-se, na sua maioria, com o relacionamento e desenvolvimento humano.
Hoje queria aproveitar este cantinho para vos deixar algumas dicas de como é possível mudar as nossas atitudes e, como consequência, mudar a nossa vida! Claro que aquilo que aqui vos vou deixar, não foi retirado da minha cabeça, embora muitas destas ideias já estejam em prática "lá dentro"... pena é que o Tico e o Teco, os últimos neurónios que me restam, nem sempre pedalam para o mesmo lado. Mas acreditem que se aplicarem algumas destas ideias nas vossas vidas, dentro em breve grandes mudanças irão ocorrer!

Tenho estado a ler um livro de Feng Shui e os créditos vão justamente para esse livro, que de uma forma muito simples e com imensas ilustrações me tem mostrado o que devo fazer para que as energias comecem a funcionar devidamente, originando as mudanças supra citadas.

Vou porém deixar-vos um conselho... todos nós sabemos que quando começamos algo, devemos levá-lo até ao fim, esta é a minha única recomendação: Comecem um processo de mudança de rotina apenas se estiverem dispostos a seguir até ao fim com o vosso propósito! Desistir a meio do caminho não é uma opção, mas caso isso venha a acontecer, não desanimem. Procurem os vossos erros e vejam como podem melhorar.

Passemos então às dicas:

1.Determinem onde estão actualmente, e onde gostariam de estar realmente. Coloquem o vosso destino como o vosso maior objectivo. Pessoas com objectivos bem formulados tem maiores possibilidades de realizarem mudanças na sua vida.

2.Se já têm um objectivo, não percam tempo realizando tarefas que não vos levem até ele. Façam somente aquelas tarefas que podem somar mais um passo em direcção a onde desejem estar.

3.Façam questão de reservar um tempo do vosso dia para a vossa vida pessoal. Mesmo que não esteja dentro do vosso objectivo, é importante que tenham tempo para vocês mesmos, e para as pessoas que convivem convosco, respeitando sempre o vosso tempo pessoal.

4.Mostrem às pessoas que estão à vossa volta onde desejam chegar. Às vezes, temos alguém ao nosso lado que pode ser de grande auxilio, e também, quando os outros sabem do vosso objectivo, compreenderão o tempo que precisam de dedicar na tarefa de consegui-lo!

5.Não deixem que pequenas distracções do dia a dia se tornem "ladrões" do vosso tempo. Parar o vosso dia por 5 minutos para apreciar um Arco-Íris, não vai atrapalhar os seus planos, mas ficar analisando cada cor, forma, direcção da luz, contando as nuvens que passam por ele, pode "roubar" muito do vosso precioso tempo. Tenho a certeza de que cada um de nós terá o discernimento de perceber o que nos faz "perder" tempo!

6.Comecem a agir de acordo com aquilo que esperam dos outros... Encontrem em si próprios o que desejam mudar e sejam o vosso próprio amigo ou carrasco, para que não percam o focus da vossa mudança.

7.Façam uma lista, com os elementos mencionados em cima. Isso ajudará a manterem a vossa atenção, e a cada mudança, terão um controle acerca do próximo passo a seguir. Manter metas sequenciais facilita a mudança da rotina, como também facilita chegar mais depressa ao objectivo estabelecido.

8.Se desejam mudar atitudes e vícios negativos em vós próprios, façam uma lista dessas atitudes e no outro lado, façam uma lista comparativa, escrevam para o que querem mudar, esforcem-se por eliminar tudo aquilo que é negativo, substituindo-o por atitudes positivas.

9.Todos os dias, de manhã, ao acordar, reservem alguns minutos para reflectir acerca das vossas atitudes do dia anterior, e pensem naquilo que poderiam ter feito de uma maneira diferente. Isso vai ajudá-los a repensar cada vez que agirem.

10.Vão por caminhos diferentes para chegar ao mesmo lugar. Tentem mudar o vosso percurso diário e vão prestando atenção às coisas novas que sempre estiveram lá e que nunca repararam. A atenção devida ao que ocorre à nossa volta pode ser muito útil nas nossas mudanças de atitude.

11.Conversem com pelo menos uma pessoa diferente durante o dia. Conhecer pessoas, abre os nossos sentidos e força-nos a mudar de atitudes e de acções.

12.Leiam pelo menos um livro por semana. A leitura mantém a nossa mente desperta e sempre em actividade, o que melhora a nossa auto-estima e faz com que busquemos coisas melhores na nossa vida, provocando desta forma uma mudança de vida.

13.Separem um tempo para actividades físicas. Pode ser uma caminhada de manhã, ou ao fim da tarde. Actividades físicas mantêm o corpo desperto, como a leitura mantém desperta a nossa mente. Relembro aqui o velho ditado popular: Corpo são, numa mente sã.

14.Façam algo diferente todos os dias, ou pelo menos uma vez por semana, aproveitem para estar com familiares, amigos ou até consigo próprios, numa ida ao cinema, por exemplo. Actividades sociais saudáveis auxiliam o processo de mudança da rotina, e faz com que mantenham ao vosso lado alguém com quem gostem de estar ou conversar.

15.Façam um mimo a si próprios. Comprem uma prenda para vós. Esta dica também mantém a nossa auto-estima em crescimento. A auto-estima é o combustível que torna possível uma mudança da rotina.

Aqui termina esta lista de algumas coisas que podemos e DEVEMOS fazer por nós! Como diria aquele anúncio (que já não me lembro de quê, sorry): "Se eu não gostar de mim, quem gostará?" É claro que estas sugestões não são para serem consideradas como um manual de sobrevivência, mas se colocarmos em prática algumas delas, veremos como, pouco a pouco aquela rotina enfadonha de que sempre nos queixamos, deixa de existir para dar lugar a momentos repletos de coisas boas!

Evidentemente que se não seguirem estas dicas (como aqueles mails que recebemos), nada de mal vos acontecerá, mas garanto que se as seguirem, de alguma forma a vossa rotina mudará e para melhor!
FAÇAM O FAVOR DE SEREM FELIZES!
(Imagens retiradas da web)

A vida ensinou-me...

Mais um texto que me apeteceu partilhar... daqueles mesmo lamechas! Não liguem,dizem que isto um dia passa! :D

A vida ensinou-me...
A dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração;
A sorrir às pessoas que não gostam de mim,
Para mostrar-lhes que sou diferente daquilo que elas pensam;

Fazer de conta que tudo está bem,
mesmo quando isso não é verdade,
para que eu própri@ possa acreditar que tudo vai mudar;
Calar-me para ouvir;
Aprender com meus erros.
Afinal eu posso ser sempre melhor!

A lutar contra as injustiças;
Sorrir quando o que mais desejo
é gritar todas as minhas dores ao mundo.

A ser forte quando os que amo estão com problemas;
Ser carinhos@ com todos os que precisam do meu carinho;
Ouvir a todos que apenas precisam de desabafar;
Amar aos que me magoam ou querem fazer de mim
depósito das suas frustrações e desafectos;

Perdoar incondicionalmente, pois já precisei desse perdão;
Amar incondicionalmente, pois também preciso desse amor;

A alegrar a quem precisa;
A pedir perdão;
A sonhar acordad@;
A acordar para a realidade (sempre que for necessário);
A aproveitar cada instante de felicidade;
A chorar de saudade sem vergonha de o demonstrar;

Ensinou-me a ter olhos para "ver e ouvir estrelas",
embora nem sempre consiga entendê-las;
A ver o encanto do pôr-do-sol;
A sentir a dor do adeus e do que se acaba,
sempre lutando para preservar tudo o que é importante
para a felicidade do meu ser;

A abrir as minhas janelas para o amor;
A não temer o futuro;
Ensinou-me e está ensinando a aproveitar o presente,
como um presente que da vida recebi,
e usá-lo como um diamante que eu mesm@ tenho que lapidar,
dando-lhe a forma que eu escolher.

Charles Chaplin

quinta-feira, 25 de março de 2010

Não tenho tempo...

Não há nada que mais me incomode do que ouvir alguém proferir estas palavras!
O tempo é um produto de fabrico próprio, quantas vezes terei eu de o dizer até que as pessoas percebam isso! Sejam honestos, p***, digam que não vos apetece fazer isto ou aquilo, ir aqui ou acolá, estar com este ou com esta... mas não ter tempo?! Francamente... E depois ainda têm a distinta "lata" de pedirem dias de 26 horas!! Para quê se nem aproveitam bem as 24 que vos são dadas?

Um dia, sem nos apercebermos, caímos de cama e então, nesse dia, vamos arranjar tempo para tudo, até para estarmos ali deitados sem fazer nada!

A nossa vida é como o trabalho de casa que nos mandaram fazer na escola... eu bem sei que quando vamos olhar já são seis horas e o tempo parece ter voado... Quando damos por ela, já é sexta-feira, a semana chega ao fim (finalmente) como tanto o desejávamos!

Sem nos apercebermos é de novo Natal... e daqui a pouco, mais um ano está a chegar ao fim... Quando damos por isso, já perdemos o amor da nossa vida e já se passaram 30 anos...

Hoje é tarde demais para reprovarmos...

E é nesse momento que constatámos que, se nos fosse dado mais um dia, mais uma nova oportunidade, deixaríamos de olhar para o relógio, seguiríamos em frente dando a importância devida às coisas que valem ou que não valem nada!

Nem olhávamos para trás, retirando a inútil casca dourada das horas... o nosso percurso seria apenas o de seguir em frente!

Olharíamos nos olhos as pessoas de quem gostamos verdadeiramente e diríamos: Gosto de ti!

E então pensaríamos que nunca mais sairia da nossa boca a expressão "Não tenho tempo!", porque quando tivermos realmente essa consciência, de que o nosso tempo se está a esgotar, aposto que todos nós arranjaremos tempo para tudo e para todos! E a única certeza que teremos será a de que o tempo vivido ou "desperdiçado" jamais voltará a trás... tal como o tempo que ganharam (ou perderam) a ler este texto parolo...

Mas isto é VIVER! ... e eu ainda tenho tempo de vir até cá deixar umas palavrinhas.

"O homem que tem coragem de desperdiçar uma hora do seu tempo não descobriu o valor da vida."
Charles Darwin


quarta-feira, 24 de março de 2010

Depois de algum tempo...

Este é o "tal" texto que tenho sempre na minha secretária e que hoje decidi partilhar convosco! Julgo que não há um dia que passe que eu não mencione, ou pense, pelo menos numa frase deste texto fabuloso. Quando me sinto um pouco mais em baixo, estas frases transmitem-me a força necessária para eu seguir em frente!
Ele anda a circular por aí como sendo da autoria de William Shakeapeare, mas devo dizer-vos que conheço a obra do autor e nunca li nada assim. Para mais, acho um texto demasiado "moderno", pelo menos em termos de vivências, que tenho dúvidas que tenha sido escrito no século XVI.
Mas é bonito pela mensagem e é essa mensagem que importa transmitir!

“Depois de algum tempo aprendes a diferença, a subtil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E aprendes que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começas a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas.
Acabas por aceitar as derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
E aprendes a construir todas as tuas estradas de hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de algum tempo aprendes que o sol queima se te expuseres a ele por muito tempo. Aprendes que não importa o quanto tu te importas, simplesmente porque algumas pessoas não se importam...
E aceitas que apesar da bondade que reside numa pessoa, ela poderá ferir-te de vez em quando e precisas perdoá-la por isso.
Aprendes que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobres que se leva anos para se construir a confiança e apenas segundos para destruí-la, e que poderás fazer coisas das quais te arrependerás para o resto da vida.
Aprendes que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que tens na vida, mas quem tens na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprendes que não temos que mudar de amigos se compreendermos que os amigos mudam, percebes que o teu melhor amigo e tu podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobres que as pessoas com quem tu mais te importas são tiradas da tua vida muito depressa, por isso devemos sempre despedir-nos das pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.
Aprendes que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começas a aprender que não te deves comparar com o tempo para te tornares na pessoa que queres ser, e que o tempo é curto.
Aprendes que, ou controlas os teus actos ou eles te controlarão e que ser flexível nem sempre significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, existem sempre os dois lados.
Aprendes que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer enfrentando as consequências.
Aprendes que paciência requer muita prática.
Descobres que algumas vezes a pessoa que esperas que te empurre, quando cais, é uma das poucas que te ajuda a levantar.
Aprendes que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que tiveste e o que aprendeste com elas do que com quantos aniversários já comemoraste.
Aprendes que há mais dos teus pais em ti do que supunhas.
Aprendes que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são disparates, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprendes que quando estás com raiva tens o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.
Descobres que só porque alguém não te ama da forma que desejas, não significa que esse alguém não te ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprendes que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes tens que aprender a perdoar-te a ti mesmo.
Aprendes que com a mesma severidade com que julgas, poderás ser em algum momento condenado.
Aprendes que não importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, o mundo não pára para que tu o consertes.
Aprendes que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma, ao invés de esperares que alguém te traga flores.
E aprendes que realmente podes suportar mais... que és realmente forte, e que podes ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que tu tens valor diante da vida! As nossas dúvidas são traidoras e fazem-nos perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar."

terça-feira, 23 de março de 2010

Hoje sou de pedra...

Nada me move, comove, agita...
Nada me incomoda!
Negra, de basalto feita.
Sou pedra... e sei que minto!
Sou um ténue limite no horizonte,
Bastaria um sopro...
E tudo cairia por terra.
Ah... Eternidade de pedra.
Partículas... Restos de mim.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Se por um instante...

Um texto que encontrei, sem procurar, atribuido a Gabriel Garcia Marquez, mas cuja escrita não me parece corresponder ao estilo do autor. No entanto, achei-o engraçado, um bocadinho "piroso" talvez, mas com uma mensagem muito bonita e que vem ao encontro daquilo que eu disse um dia destes: Devemos viver o HOJE, porque o AMANHÃ é demasiado incerto!

"Se por um instante Deus se esquecesse de que sou uma marioneta de trapo e me oferecesse mais um pouco de vida, não diria tudo o que penso, mas pensaria tudo o que digo.

Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam. Dormiria pouco, sonharia mais, entendo que por cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz.

Andaria quando os outros param, acordaria quando os outros dormem.
Ouviria quando os outros falam, e como desfrutaria de um bom gelado de chocolate!

Se Deus me oferecesse um pouco de vida, vestir-me-ia de forma simples, deixando a descoberto, não apenas o meu corpo, mas também a minha alma.

Meu Deus, se eu tivesse um coração, escreveria o meu ódio sobre o gelo e esperava que nascesse o sol.
Pintaria com um sonho de Van Gogh sobre as estrelas de um poema de Benedetti, e uma canção de Serrat seria a serenata que ofereceria à lua.

Regaria as rosas com as minhas lágrimas para sentir a dor dos seus espinhos e o beijo encarnado das suas pétalas...

Meu Deus, se eu tivesse um pouco de vida... Não deixaria passar um só dia sem dizer às pessoas de quem gosto que gosto delas.

Convenceria cada mulher ou homem que é o meu favorito e viveria apaixonado pelo amor.
Aos homens provar-lhes-ia como estão equivocados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saberem que envelhecem quando deixam de se apaixonar!
A uma criança, dar-lhe-ia asas, mas teria que aprender a voar sozinha.
Aos velhos, ensinar-lhes-ia que a morte não chega com a velhice, mas sim com o esquecimento.

Tantas coisas aprendi com vocês, os Homens...
Aprendi que todo o mundo quer viver em cima da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a encosta.

Aprendi que quando um recém-nascido aperta com a sua pequena mão, pela primeira vez, o dedo do seu pai, o tem agarrado para sempre.

Aprendi que um homem só tem direito a olhar outro de cima para baixo quando vai ajudá-lo a levantar-se.

São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas não me hão-de servir realmente de muito, porque quando me guardarem dentro dessa caixa, infelizmente estarei a morrer..."

domingo, 21 de março de 2010

Both sides now...

Bows and flows of angel hair and ice cream castles in the air
And feather canyons everywhere, I've looked at cloud that way.
But now they only block the sun, they rain and snow on everyone.
So many things I would have done but clouds got in my way.

I've looked at clouds from both sides now,
From up and down, and still somehow
It's cloud illusions I recall.
I really don't know clouds at all.

Moons and Junes and ferris wheels, the dizzy dancing way you feel
As every fairy tale comes real; i've looked at love that way.
But now it's just another show. You leave them laughing when you go
And if you care, don't let them know, don't give yourself away.

I've looked at love from both sides now,
From give and take, and still somehow
It's love's illusions I recall.
I really don't know love at all.

Tears and fears and feeling proud to say "I love you" right out loud,
Dreams and schemes and circus crowds, I've looked at life that way.
But now old friends are acting strange, they shake their heads,
they say I've changed.
Something's lost but something's gained in living every day.

I've looked at life from both sides now,
From win and lose, and still somehow
It's life's illusions I recall.
I really don't know life at all.

E para conhecê-la... é preciso vivê-la intensamente...
E reconhecer sempre que existem os dois lados, por vezes perdemos... mas outras ganhámos!

sábado, 20 de março de 2010

Momentos...



É em momentos de pura tristeza e/ou revolta que descobrimos o que as pessoas realmente são.

É triste sabermos que certas pessoas simplesmente não são aquilo que aparentam ser ou gostariam de ser, embora essa seja a imagem que tentam "vender" a todo o custo!

Por vezes gostava de poder resolver os problemas de toda a gente mas infelizmente não tenho essa capacidade. O meu dom é bem menor...

Gostava que, por um breve instante, aqueles que me lêem, fechassem os olhos e pensassem em quando se chateiam com alguém se o que essa pessoa vos fez de bem, não supera aquilo que vos fez de mal…
Muitas das vezes sim, e é triste quando nos esquecermos disso, mas muitas vezes também as pessoas desiludem-nos tanto, fazem-nos tanto mal que o melhor que temos a fazer é seguir em frente e pensar que elas nem existem!

Sinto-me cansada de lutar por pessoas que não dão valor às coisas que têm, ou às coisas que lhes são dadas de "mão beijada". Eu sempre soube o que foi crescer com dificuldades, e se calhar, por esse motivo, dou muito mais importância ao que é realmente importante: todo um conjunto de valores pelos quais pauto a minha existência. Claro que dou valor a tudo aquilo que conquistei com o meu trabalho e o meu esforço, doeu muito chegar até aqui para muitas vezes ouvir muita gente dizer: Tu tens sorte! O problema é que se esquecem do trabalho que deu para ter a "sorte" que tenho!

Sempre ouvi dizer que o mais importante é quem tens na vida e não o que tens na vida! Claro que, infelizmente, na sociedade em que vivemos o consumismo impera e as pessoas deixaram simplesmente de dar valor a pequenos momentos de felicidade.

Vivemos numa sociedade que quer tudo para ontem e que não nos dá tempo para desfrutarmos dos pequenos nadas de que, afinal, a nossa vida é composta. Fico até com a nítida sensação de que pensam que vão viver eternamente, que não sabem, ou se iludem, na crença de que o que existe, de facto, é o hoje, o aqui e o agora, e não o ontem ou o amanhã. O primeiro porque já passou e nada pode ser alterado, o segundo porque pode nem chegar a existir!

Estou triste! Hoje estou simplesmente triste!
Triste por no fundo achar que não conheço ninguém verdadeiramente. Não conheço!
Triste por simplesmente gostar das coisas verdadeiras e conviver com tanta falsidade!
Mas eu sou aquilo que vocês vêem. Ao menos sabem quem sou… E se calhar, não serei grande coisa, mas orgulho-me das coisas que fiz, como costumo dizer, só me arrependo do que não foi feito, porque ainda que tenha errado muitas vezes, esses erros foram, e são, lições de vida, que o tempo foi curando e que hoje chamo de experiência!

Quem me julga talvez não sabe de que "massa" é que eu sou feita...
Pensei muitas vezes que conhecia as pessoas, que as lia, pensava que eram pessoas que se poderiam considerar como "amigas"...

Mas tudo bem... Eu não cobro aquilo que dou.. e só posso dar aquilo que tenho...

Hoje estou mesmo de rastos...
Só precisava de desabafar um pouco e de vos dizer que por mais que o meu coração, neste momento tenha uma grande mão a apertá-lo, isto passa, porque tudo na vida passa!

Talvez um dia determinadas pessoas possam ver aquilo que fizeram… Talvez “um dia” seja tarde demais.

Hoje, quase que "odeio" certas pessoas. ..

Mas muitas há, que terão sempre um lugar especial no meu coração. . . e vocês sabem quem são!!

sexta-feira, 19 de março de 2010

Um daqueles dias...


Hoje é um daqueles dias em que não me apetecia escrever nada... Talvez porque hoje o meu dia foi tão preenchido de preocupações que não me está a dar para divagar!

Os assuntos sobre os quais me poderia, eventualmente, apetecer escrever, ainda não estão preparados para serem transformados em palavras. Sim, existem alguns assuntos sobre os quais ainda me falta muita reflexão, antes de os deixar aqui expostos.

Não tenho uma razão em especial para estar assim...e talvez o que me anda a chatear mais seja mesmo a inconstância deste clima...

Os meus dias têm-se preenchido devagar, uns atrás dos outros, sem muitos planos.

Então porque estou para aqui a gastar palavras? Porque sou uma mulher banal e tenho um blogue... E porque fiz um acordo comigo própria de cá vir todos os dias!

Esta de ser uma mulher banal e ter um blogue, tenho a certeza de que seria um tema forte para a elaboração de uma tese mas hoje, tenho de reconhecer, não estou para tanto.

Ok, ok... antes que me caiam todos em cima, vou substituir a palavra mulher por pessoa, de maneira a não subestimar um homem banal que tenha um blogue ou, se se preferir, abranger todo o universo dos proprietários de um blogue.

A maioria dos blogues pertencem a pessoas banais. Como eu. Por melhor que uma pessoa banal escreva, por mais interessante que sejam os temas, o seu blogue jamais será um blogue de elite ou, como hoje se convencionou chamar, um blogue de referência. E sabem que mais, eu gosto mesmo deste anonimato! De saber que só me visita quem eu quero e quem eu deixo!

Acho que já estou a "bater no ceguinho"! Eu bem disse que não me apetecia escrever nada... porque já sabia que não havia nada de jeito para sair!
Estou desiludida com o mundo e PONTO!

Peço imensa desculpa por, ainda assim me ter alongado...É que eu não sei mesmo escrever com poucas palavras!

quinta-feira, 18 de março de 2010

Agora só vou por onde quero: "A minha vida é um vendaval que se soltou!"

Nem mais a propósito...
Hoje que decidi "regressar" às minhas origens, a voltar a ser quem eu era, depois de todas estas tempestades reais e metafóricas que assolaram a minha vida... Eis que a metamorfose está a acontecer, a crisálida finalmente começa a dar sinais de vida dentro do seu casulo!
Ao procurar um documento encontro este poema: o Cântico Negro, de José Régio...
Continuo a afirmar: NADA É POR ACASO!!


"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha Mãe.

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
-Sei que não vou por aí!


Vou ainda juntar esta brilhante declamação da Maria Bethânia, deste poema existencialista... ainda que com algumas diferenças em relação ao poema original!



... e meus queridos amigos, vocês verão, se calhar já estão a vê-lo... que EU NÃO HEI-DE IR POR AÍ!!! Agora só vou por onde quero!

quarta-feira, 17 de março de 2010

Hoje limpei o pó à minha alma!



Hoje limpei o pó da minha alma...
Sacudi-o de uma só vez!
Limpei-a da revolta, da desilusão e da descrença na humanidade!

Hoje é o dia em que volto a reabrir o meu coração para a vida!
Vou voltar a ser quem eu era...
Vou viajar, vou conhecer coisas novas, ir a lugares onde nunca fui!

Acho que no fundo me conformei...
agora sei que sozinha não posso mudar o mundo,
mas posso mudar o meu mundo e as coisas que eu faço!

Vou ultrapassar a barreira dos sonhos
e começar realmente a viver!

Hoje tive tempo para recordar, uma a uma as minhas mágoas,
as lições que aprendi com os meus erros.
Aceitei as minhas falhas,
Suportei as minhas fraquezas.

Olhei para mim... e vejam só...
Apesar dos pesares, eu ainda estou de pé!

Ainda que outros me olhem
como quem questiona a vida que eu levo,
Ainda que me atirem pedras
Eu sou eu e a minha vida pertence-me!
É para ser vivida por mim,
única e exclusivamente!

Não me vou importar com as pedras que me atiram,
Vou juntá-las, e como alguém um dia disse, fazer um castelo.
Um castelo, onde vou ser eu a reinar,
onde vou tomar as rédeas da minha vida
e levá-la como eu quero e mereço!

Olho à minha volta
e apenas vejo um horizonte de possibilidades, sem limites...

Um a um os meus sentidos despertam,
já não sou a mesma!

Não me vou conformar com os limites impostos pelos outros
É a minha vida! A dos outros, que a vivam eles!

Volto inteira, UNA, sem pedaços colados a cuspo.
E tudo porque aprendi a AMAR-ME!

terça-feira, 16 de março de 2010

Quando o passado regressa ao futuro...

Sei que este título pode parecer muito estranho, mas estranho foi também tudo o que eu vivi há poucas horas...
Depois de um dia perfeitamente normal, ou não, porque afinal foi um dia repleto de coisas boas, e estes dias nem sempre acontecem, ao acordar senti vontade de fazer imensas coisas, não me deixei ficar a acordar devagarinho como faço nos outros dias...
Hoje tinha planos para preencher parte do dia e a parte que faltava teria de a inventar!
A primeira tarefa começou repleta de energia positiva, daquelas pequeninas coisas que nos fazem bem à alma, passei quase toda a manhã com uma pessoa estranha e a nossa conversa desenrolava-se como se já nos conhecêssemos há muitos anos.
Foi bom tudo o que eu ouvi e tudo o que eu pude partilhar, compreendi que são os valores que têm de imperar e não as coisas mesquinhas que vamos inventando para tornar a nossa "desgraça" ainda maior!
Passadas duas horas de conversa, ficou a promessa de um novo encontro e saí de lá cheia de pequenas prendas... vejam só: de alguém que nunca me tinha visto na vida e que já me fez algumas confidências, como por exemplo: que só tinha dois AMIGOS no mundo, os restantes eram meros conhecidos. Oxalá todos nós tivéssemos o privilégio de encontrar "desconhecidos" assim e de partilhar momentos tão mágicos como os que eu vivi!
Outros planos surgiram de imediato, sem contudo serem programados. Estive com duas pessoas lindas, que já fazem parte de quem eu sou, ou de quem eu me estou a tornar, mas só me é permitido falar de uma delas porque essa considero-a alguém que está muito perto do meu coração. É um prazer enorme estar perto dessa pessoa AMIGA. É como se o mundo deixasse de existir lá fora e ficássemos envoltas numa redoma de carinho, de verdadeira amizade...
Pouco depois, tive de os deixar e inventar mais planos...
No caos que, infelizmente, ainda está a nossa cidade, parei o carro onde não devia e quando me apercebi do erro que cometi, mudei-o de lugar. Encontrei alguém, também um perfeito desconhecido que estava, imaginem só: a passar multas. Parei o carro, expliquei a situação e ele, com um sorriso na cara disse-me: vá fazer o que tem a fazer que o seu carro ficará seguro aqui.
Pensei que a tarefa a que me tinha proposto a fazer seria mais rápida e cumpriria o tempo que tinha estipulado para deixar o carro, 30 minutos... A verdade é que me perdi... perdi-me no meio de tantas coisas belas, porque na verdade, por mais pequeninas que sejam, elas estão por aí à espera de serem encontradas pelos nosso olhar!
Voltei ao carro quase duas horas depois e adivinhem, a mesma pessoa ainda lá estava, devo ter olhado para ela com um olhar aflitivo, ao que com um sorriso me respondeu: "Por vezes demoramos mais do que pensamos, mas assim é a vida. Pode seguir em paz!"
E foi com uma enorme paz, que envolvia todo o meu corpo que eu me afastava... afastava-me para me embrenhar no caos em que está a nossa cidade, e sem eu compreender sequer porquê, tudo, de repente, deixou de ser tão feio e dei comigo a pensar: "guardo na minha retina imagens muito belas de todos estes locais, tudo acontece por um motivo. E o que eu sei é que vai ficar muito melhor e mais bonito do que estava!"
Esta paz preenchia-me por completo... lembrava-me do que tinha ido fazer e do quanto todo o meu dia se compunha de paz e de serenidade, como se de um momento para o outro a minha alma deixasse de estar ferida e toda eu era AMOR!
Foi então que o insólito aconteceu...
Dei de caras com o meu futuro, acabado de regressar do passado. Devem estar a pensar que abusei da dose hoje, ou que entrei num completo estado de insanidade mental, até podia ser, mas a verdade é que quando abrimos o nosso coração a novas possibilidades, tudo acaba por fluir!
Não sei se conseguirei ser precisa e concisa na descrição do que aconteceu, mas vou tentar e perdoem-me se não me entenderem, não posso revelar tudo, não o quero fazer...
Certo dia na minha vida "esbarrei" com uma pessoa muito especial, e que se foi tornando cada vez mais especial, tão especial que nos imaginamos a viver um ao lado do outro, partilhando o mesmo ar que respiramos... Por razões que não importa referir, o tempo e a distância levaram-nos para longe um do outro. Guardava no meu coração todos os momentos bonitos que vivemos, mas na verdade, eu nem sequer me lembrava que eles ainda estavam lá!
Há uns tempos atrás fui "curar" a minha alma. Daquelas curas que só se fazem com pessoas especiais, pessoas que possuem um entendimento maior do que aquele que é facultado à maioria de todos nós... Essa pessoa disse-me que a determinada altura na minha vida me encontraria com uma pessoa com determinadas características físicas e que por esse motivo, seria "fácil" identificá-la quando ela aparecesse.
Gravei esta informação, como quem grava qualquer documento importante num disco rígido. Nunca mais tinha precisado dela, nunca mais tinha aberto o documento, já nem me lembrava que ele estava em arquivo, mas, e para minha grande surpresa, encontro-me com a pessoa do meu passado que atrás descrevi, e a verdade é que ela não se assemelhava em nada com as características físicas que eu guardava dela, havia-se transformado exactamente naquela pessoa que esse "guru" me descreveu.
Ficamos duas horas a conversar, como se nunca tivesse existido um hiato de tempo e espaço entre nós... Essa pessoa recordou, um a um, todos os momentos vividos por nós, eu sorria, mas o meu coração ia ficando cada vez mais apertado e as lágrimas ameaçavam saltar dos meus olhos e percorrer o meu rosto, aguentei-me estoícamente! Mas o meu pensamento não parava de insistir na mesma frase: estaria o meu passado a regressar ao meu futuro?
Evitei encontrar respostas, não as quero para nada, vou deixar que aconteça o mesmo que aconteceu ao meu dia: vou deixar fluir... O Universo saberá... Eu já lhe disse o que preciso, ele apenas irá mostrar-me se preciso do que penso que preciso (perdoem-me a repetição) ou se, uma vez mais, me está a revelar que o passado deverá ficar onde está: no passado! Vou ficar apenas receptiva a qualquer sinal que Ele me esteja a enviar.
Não sei se existirão cenas dos próximos capítulos, não vou esperar por nada, mas se acontecer, terei todo o prazer em partilhar com quem me lê, que são bem poucos, porque quem me lê, está aqui... bem dentro do meu coração e sabe quem eu sou!
Para vocês o meu beijo doce, pessoas lindas! A minha vida não seria a mesma se vocês não existissem!
Ainda vos deixo este vídeo, sim, porque no nosso (re)encontro ainda tivemos tempo de cantar, e porque o acaso não existe, encontrei esta versão, que tem um mesmo texto, o primeiro, que lhe enviei quando nos conhecemos!


segunda-feira, 15 de março de 2010

What a day...

Hoje foi um daqueles dias que preferia que tivesse passado em branco, ou que nem me levantasse da cama, ou que fosse invisível... sei lá, qualquer coisa para ser deixada em paz!!

Enquanto passava o meu dia com estes pensamentos a darem voltas na minha cabeça, e porque a minha vontade era realmente a de desaparecer, lembrei-me de uma brincadeira que costumava fazer enquanto criança que era imaginar se eu tentasse escavar um buraco desde o local onde me encontrava, onde iria sair? Provavelmente à China ou ao Japão... Dizia eu nessa época! Mas na verdade, penso que, apesar de todos nós já termos pensado nisso, nunca obtivemos uma resposta porque nunca pegamos numa pá e o fizemos realmente!

Mas hoje em dia tudo é possível e graças às novas tecnologias, podemos mesmo fazer essa experiência! Acho que, no meio deste dia infernal, foi a melhor coisa que descobri!

Se, como eu, nunca se contentaram com uma resposta tão abstracta e querem precisão milimetrica, sigam este link: http://map.talleye.com/bighole.php e descubram.

Ah! Não se esqueçam de ir devidamente equipados!!

Para quem não está para se dar ao trabalho de escavar e prefere uma boa caminhada pode planear o seu percurso por aqui: http://map.talleye.com/index.php

Levem a máquina fotográfica!!

domingo, 14 de março de 2010

Quando os momentos se transformam em poemas...

Hoje decidi partilhar convosco um dos mais belos poemas que já li, que senti e que já vivi...
Este poema fez-me regressar ao passado, aquele momento preso no tempo que não podemos alterar, e por mais incrível que possa parecer, ao contrário de outros momentos em que choro quando regresso ao passado, eu sorri enquanto o lia.
É sinal de que o passado valeu a pena! Significa que eu o vivi e que cresci, por mais doloroso que tenha sido esse crescimento... dedico-o à mesma pessoa com quem o partilhei pela primeira vez, apenas para lhe dizer que : não guardo nenhum rancor!

When moments become poems...

That long slow babbling easy day
was one of the perfect ones
one of those moments of happiness that leaves a picture
to flash through my mind with sudden memory
when some song reminds me
it's not the first of those you've given me...
Simple, fleeting moments, recognized,
lived and breathed deeply,
held precious by my memory…
I shuffle through my moments
and I find such vivid ones with you
maybe I'm just an obsessive type,
but I'll tell you…
I liked you from the start
-- I knew before I knew --
but I wasn't yours then
I'm not yours now
I'm not even sure if I could be...
God, maybe I'd like to be!
I'd like to give you back
all the moments that become poems
just because they're so simply beautiful
That's the thing:
those easy vivid days,
that unforgettable kiss,
all the poems I'll never give you
make me desperate to share,
to be certain you know how I cherish you…
It's selfish really…
I don't want to be looking back on all
the precious little memories
wishing I'd tried harder to appreciate them
I don't mind the "what if..." --
it's the "if only..." I can't live with…
I'm not saying there has to be
some sort of transformation,
some little flag planted at the crossroads
all the perfect little moments are just perfect moments!!
...but I do want you to know how they nourish me
this is just what I feel
I can't let it go by without saying something
This magic we have – between, around, through us –
this is the best of it…
whatever it is!!
This is what life gives you when you're lucky
doesn't matter what happens… it's just there!!

S.M.P.

sábado, 13 de março de 2010

Mariposa Traicionera

Já me tinham chamado muitas coisas, mas esta surpreendeu-me!
Hoje de manhã quando abri o meu mail, encontrei o link para este vídeo e esta letra!
Ao mesmo tempo que sorria, ficava triste... Eu sei que alguém se quer aproximar de mim, mas, ainda a medo, eu fecho-me e não deixo que ninguém toque o meu coração... Não o faço de uma forma propositada, mas este é agora um dos meus princípios de vida, folgo em saber que alguém ainda me deseja, mas a porta fechou-se!!
Nunca mais me quero magoar...
Desculpa e obrigada por me fazeres sentir querida!
E não podes dizer que não te tinha prevenido... Eu quero ser assim: LIVRE, como uma borboleta, mas não sou traiçoeira, garanto-te!
Um beijo doce só para ti P.



Tu eres como una mariposa
vuelas y te posas
vas de boca en boca
facil y ligera de quien te provoca

Yo soy raton de tu ratonera
trampa que no mata pero no libera
vivo muriendo prisionero
Mariposa traicionera
todo se lo lleva el viento
Mariposa no regreso

Ay, mariposa de amor,
mi mariposa de amor
Ya no regreso contigo
Ay, mariposa de amor,
mi mariposa de amor
Nunca jamas junto a ti
vuela amor, vuela dolor
y no regreses a un lado
ya vete de flor en flor
seduciendo a los pistilos
y vuela cerca del sol
pa'que sientas lo que es dolor

Ay, mujer como haces daño
pasan los minutos cual si fueran años
mira estos celos me estan matando

Ay, mujer que facil eres
abres tu alitas,
muslos de colores
donde se posan tus amores
Mariposa traicionera
todo se lo lleva el viento
mariposa no regreso

Ay, mariposa de amor,
mi mariposa de amor
Ya no regreso contigo
Ay, mariposa de amor,
mi mariposa de amor
Nunca jamas junto a ti
vuela amor, vuela dolor
que tengas suerte en tu vida
ay, ay, ay, ay, ay dolor
yo te llore todo un rio
ay, ay, ay, ay, ay amor
tu te me vas a volar...

sexta-feira, 12 de março de 2010

Porque o céu é ainda azul... e eu afinal não sou de pedra!!

Hoje, a ouvir Maria Bethânia, a minha atenção ficou presa a este poema que ela declama entre as várias músicas de "Maricotinha"... fiquei a ouvi-lo uma e outra vez e outra e outra, até que as suas palavras falassem mais alto que os meus pensamentos... tocou-me de um modo particular, logo eu que tento a todo o custo ser PEDRA, porque quero ser resistente, segura e confiante, para que nada me toque, danifique ou destrua...Ser pedra é seguro, é não sentir dor e é transformar as marcas que a vida deixa em meras cicatrizes... que o tempo cura e apaga! Porque ser pedra é ser mais forte!
Apeteceu-me partilhá-lo...

Quando o próprio Amor vacila. . .



Vida ou Amor?!?

quinta-feira, 11 de março de 2010

"As reticências são os três primeiros passos do pensamento que continua por conta própria o seu caminho." (Mario Quintana)

Por um momento gostava de dizer tudo aquilo que realmente sinto...

Ser mais do que palavras, pois palavras, "leva-as o vento..."

Tenho tantas ideias para transpor,
Só não sei por onde começar...

Mas amanhã será um novo dia,
repleto de metáforas, analogias e diferenças...

E eu vou voltar a ser aquela que arde de sentimento...

Espera que verás!

Não me vou perder! Já não...

Espera... Verás...

Amanhã...

Desabafo...


Como é que eu faço para te ignorar?
Sigo cegamente os meus instintos,
Ou escondo o meu orgulho
E ofereço-te os pensamentos que em mim plantaste
e que quase me levaram à insanidade?

Sento-me e tento aguentar...
Coloco a cabeça entre as mãos.
Tento apagar tudo,
os momentos, os cheiros, os gestos...

Será que te consigo enfrentar?
Mas tu és e serás sempre um GRITO,
preso na minha garganta!

Era suposto amares-me,cuidares de mim.
Era suposto eu ter confiado em ti...
traíste-me!

Fizeste com que muitas vezes
eu deixasse de confiar nas outras pessoas...
Confinaste-me à solidão!
Estive quase a dar em louca..

Tudo aquilo que me disseste e fizeste,
Magoou-me de tal modo
Que me levou a um passo do abismo,
E eu estive quase a saltar...

Descobri agora que as respostas são muito óbvias,
Tu não prestas!

Nesse tempo fizeste-me desejar desaparecer,
Todos os pensamentos deixaram de fazer sentido...

E ainda hoje...
O teu fantasma me persegue...
Continuas a magoar-me...
Uma e outra vez!

Fiquei farta de quando falsamente te chegavas,
E novamente fingias...
Tudo o que eu acreditei que pudesses ser, desfez-se...
E tu nem sequer estavas presente para ver,
o quanto eu cresci!

Eu acredito que posso vir a falhar,
Mas nunca como tu!

Dizes que sou igual a ti...
Ficaste desapontado comigo,
Mas nunca ficarás tão desapontado como eu contigo!
E sabes que mais? Não o lamento...

Sinto sempre que esperei mais de ti,
mais do que devia,
e muito mais do que merecias!

Às vezes dou comigo a gritar...
Às vezes desacredito-me e não sei mais nada...
Ainda sinto medo do escuro...
Mas seja de que maneira for,
prefiro ficar sozinha,
a ter-te a segurar a minha mão!

Não quero mais desilusões,
Já não te quero no meu mundo,
Eu estou bem como estou!

Eu venci... eu consegui ir mais longe!
E quero ficar assim!
Eu sou feliz, sem ti...
Pai.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Na mesma onda...

... da mensagem anterior, decidir ir até à minha colecção de cds e deparo-me com um cd que já não ouvia há algum tempo, de uma grande senhora: Billie Holiday, nascida Eleanor Fagan Gough.
Não, não me lembro do seu nascimento ;) , a 7 de Abril de 1915 nem sequer da sua morte em 1959, mas sei que é, sem qualquer dúvida, uma das melhores cantoras de jazz de todos os tempos!
Olhando para as suas origens apercebemo-nos de que tinha tudo para nem sequer termos ouvido falar dela, mas era também detentora do livre arbítrio, tal como todos nós, de resto.
Foi em 1930 que começou uma "grande", ainda que curta, carreira tornando-se numa das primeiras negras a cantar com uma banda de brancos, no apogeu da segregação racial nos Estados Unidos da América. A crítica descreve-a como: "uma das mais comoventes cantoras de jazz de sua época. Com uma voz etérea, flexível e levemente rouca, Sua dicção, seu fraseado, a sensualidade à flor da voz, expressando incrível profundidade de emoção..."

Partilho convosco uma das minhas interpretações preferidas:



The Man I Love

Someday he'll come along,
The man I love
And he'll be big and strong,
The man I love
And when he comes my way
I'll do my best to make him stay
He'll look at me and smile,
I'll understand
Then in a little while,
He'll take my hand
And though it seems absurd
I know we both won't say a word

Maybe I shall meet him Sunday,
Maybe Monday, maybe not
Still I'm sure to meet him one day
Maybe Tuesday will be my good news day

He'll build a little home,
That's meant for two
From which I'll never roam,
Who would, would you?
And so all else above
I'm dreaming of the man I love...



Tradução:

Algum dia ele virá,
O homem que eu amo
E ele será grande e forte,
O homem que eu amo
E quando chegar
Eu vou dar o melhor de mim para fazê-lo ficar
Ele vai olhar para mim e sorrir
Eu entenderei
E daí a pouco tempo
Ele vai pegar na minha mão
E ainda que pareça absurdo
Eu sei que nós não diremos uma única palavra
Tavlez o vá encontrar no Domingo
Talvez na Segunda-feira
Talvez não
Ainda assim tenho a certeza de encontrá-lo um dia
Talvez na Terça-feira será o meu dia de sorte
Ele construirá um pequeno lar
Apenas para nós dois
O qual eu nunca vou abandonar
Quem o abandonaria, serias capaz?
E por tudo o que foi dito anteriormente
Estou sonhando com homem que eu amo

terça-feira, 9 de março de 2010

Revivalismos...

Hoje, durante o cafezito habitual, por entre dezenas de conversas cruzadas, ao longe ouvia a música e tentava, por entre todo aquele burburinho, concentrar-me nas palavras que se tornavam abafadas na melodia... acabei por fazer uma viagem no tempo... anos 80, ou início dos anos 90... quem se recorda ainda?
Devo dizer que não eram os meus preferidos na altura, continuam a não ser, mas depois de tantos anos, senti saudades da adolescência, da vida inconsequente, do desapego... Mas, acima de tudo lembrei-me dos sonhos... do que eu idealizava para a minha vida, mas de me sentir, não uma rainha, mas uma princesa triste, com um colo repleto de coisas feias... Olhava o horizonte, talvez por entre as 50 portas ou 50 janelas, de que nos fala a canção... esperando encontrar um coração, uma alma, o príncipe no seu cavalo branco... (Só muito mais tarde é que me apercebi que eles só existem nos contos de fadas e que são apenas isso, personagens fabulosas e nunca reais!)
Há uma altura para tudo na vida, coisas boas e coisas menos boas, mas existem momentos tristes que nos parecem eternos... Voltar às raízes torna-se, então, cada vez mais difícil, vamos perdendo a capacidade de sonhar... Mas o mais importante é nunca desistir, porque mais cedo ou mais tarde surge um momento daqueles que queremos congelar para toda a eternidade e o sol volta a nascer então, outra vez...
E o melhor de tudo é que esses momentos acontecem quando menos se espera!!
Voltemos atrás no tempo, apenas por um bocadinho, para depois seguirmos em frente, sem olhar para o que lá ficou!

Queen of rain

In that big big house
there are fifty doors
and one of them leads to your heart.
In the time of spring
I passed your gate
and tried to make a start.
All I knew
was the scent of sea and dew
but I've been in love before, how about you?
There's a time for the good in life,
a time to kill the pain in life,
dream about the sun you queen of rain.

In that big old house
there are fifty beds
and one of them leads to your soul.
It's a bed of fear,
a bed of threats,
regrets and sheets so cold.
All I knew your eyes so velvet blue,
I've been in love before, how about you?
There's a time for the good in life...

Time went by as I wrote your name in the sky,
fly fly away,
bye bye...

It's time to place your bets in life,
I've played the loser's game of life,
dream about the sun you queen of rain.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Para ti, para mim, para todas nós!!



Mãe, amada, irmã... amicíssimas
Impossível não percebê-las.
Desde as meigas, às extremistas,
Não há quem possa vencê-las.
Como mãe, semeia esperança.
Como irmã, espalha fervor.
Se esposa, há perseverança.
Se sofrida, nos causa dor.
Se trabalhadora, emite confiança.
Mas em tudo, cultiva amor.
Mulher, símbolo da vida,
Imagem da perfeição
Tantas vezes abatida
Por causa da traição
De alguém que, “enlouquecida”
Entregou seu coração.
Com palavras vim demonstrar,
Da humanidade a gratidão,
Tu mereces compartilhar
De toda a realização,
Pois está sempre a participar
Do que enaltece uma nação.
Independente do nome
Que você recebeu,
É a maior demonstração
De beleza, garra, amor.... fé.
Por tudo isso você conquistou
O Dia Internacional da Mulher!

Autor: José Raimundo Correia dos Santos

domingo, 7 de março de 2010

Tocando em frente...



Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte mais feliz, quem sabe
Eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei
E nada sei

Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso chuva para florir

Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada, eu sou
Estrada eu vou
(...)
Todo mundo ama um dia, todo mundo chora
Um dia a gente chega no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
E cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz
(...)
Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história e
Cada ser em si carrega um dom de ser capaz
E ser feliz

Maria Bethânia

É disto que afinal precisamos, SEGUIR EM FRENTE e SERMOS FELIZES!!!

Passaporte para a eternidade?







Durante muitos anos não consegui ouvir esta música e sempre que o acaso fazia com que ela tocasse, os meus olhos pareciam rios... é difícil lidar com a dor da perda! Há mais ou menos um ano, alguém a tocou para mim e, pela primeira vez, eu não chorei... Hoje voltei a ouvi-la e tudo voltou a ser como era antes... água com sabor a sal.

Ontem as minhas mãos tocaram na Vida e na Morte... Dois conceitos tão diferentes...
E enquanto eu tentava segurar as minhas lágrimas, com um nó muito apertado na garganta, ao meu lado verdadeiras "carpideiras" faziam o seu papel... Será que é maior ou menor a dor de quem consegue deitar cá para fora aquilo que sente ou "finge" sentir, ou daqueles que aguentam quase que heroicamente a dor, não brotando qualquer lágrima?

No meu caso, eu só estava mesmo à espera de ficar sozinha para que o que eu sentia pudesse sair de um modo fluido e sem "espectáculo" e acima de tudo sem espectadores!

Hoje venho utilizar o “Dom da Palavra” para procurar expressar os meus sentimentos em relação à perda, mas na verdade estou aqui sentada sem um plano... sem saber onde estas linhas vão terminar, talvez só quando o meu coração não sentir mais esta dor acutilante que guardo dentro de mim! Talvez consiga parar quando deixar de sentir a dor da perda, esta dor que está arquivada dentro de mim, como uma ferida que não sara...

Hoje quero falar da Morte, para muitos um tabu, para outros a lembrança da dor da perda de um ente querido e para outros ainda o remorso daquilo que não se disse... A verdade é que o tempo passa, nós vamos ganhando algumas marcas do tempo, chamem-lhes: cabelos brancos, rugas, demência, força da gravidade, marcas, o que quiserem, mas a verdade é que, ao contrário do tempo, a morte deixa-nos cicatrizes na alma.

Porque sofremos tanto quando perdemos alguém? Porque a História e as Crenças nos ensinaram a ser assim? Ou porque julgamos que aquilo que nos é presenteado pela vida nos pertence? Porque é que é tão difícil aceitar que nada nos pertence e que tudo isto é mera ilusão e apenas uma passagem... Luiz Gazparetto tem uma frase muito curiosa a este respeito onde diz: "Toda a sensação de perda vem da falsa sensação de posse." Nós não somos donos de nada nem de ninguém..., e o desapego tem de acontecer e por vezes acontece da pior maneira, é-nos tirado aquilo que mais queremos ou gostamos. É evidente que sofremos com isso, todos nós e neste capítulo, rico ou pobre, culto ou inculto, saudável ou doente... todos, sem excepção passamos por isto!

Existe uma parábola do Buda que vai exactamente ao encontro daquilo que eu quero dizer: Uma mulher, em perfeito desespero, vai procurar o Buda, carregando nos seus braços o filho morto. Perante o Buda a mulher suplica que este o faça reviver. Depois de alguns momentos Buda afirma que traria o seu filho de volta sob uma condição: a mulher teria de percorrer todas as casas à procura de uns grãos de mostarda, onde nunca tivesse morrido ninguém. A mãe vai de casa em casa, procura as casas todas, mas não encontra nenhuma livre de perdas.

Assim somos nós... no decorrer da nossa vida acabamos todos, num determinado momento por perder alguém. Não há dúvida que isto nos mostra a maior e também a mais difícil certeza da vida: a morte, principalmente a de alguém a quem amamos.

Na nossa cultura nós não fomos treinados para enfrentar perdas, embora a nossa vida seja plena delas. A verdade é que nós enfrentamos a perda desde o início de nossa existência: no momento em deixamos de ser amamentados pelos seios da nossa mãe, nos instantes em que nosso corpo foi sofrendo uma série de metamorfoses, quando mudamos de casa, quando mudamos de amigos, quando mudamos de cidade... Mas nada se compara à perda de uma pessoa que foi (e é) extremamente importante para nós.

Eu julgo que quando vivemos uma perda, e isto porque continuo a acreditar na dualidade (Yin e Yang/ Eu Superior do Eu Terreno/ Bem vs Mal/ Alegria vs Tristeza), temos dois caminhos a seguir: Um primeiro em que nos refugiarmos na dor, guardando sentimentos de raiva, de indignação e de culpa, colocando em questão a justiça de Deus; e um segundo caminho que nos permite seguir em frente com a vida, enfrentando a dor e as etapas seguintes (o luto). Considero também que esta última, sendo a mais dolorosa, é a mais saudável das duas, porque se reprimirmos tudo aquilo que sentimos e não expressarmos e vivermos esse momento de dor, de muita dor, certamente o conservaremos dentro de nós e estaremos, futuramente, mais vulneráveis a sofrimentos físicos e emocionais. A dor corrói a alma, mata-nos a própria vida e acreditem que eu sei do que falo...

Quando passamos por um processo de perda, a nossa primeira reacção/sensação é a de que não vamos conseguir sobreviver à dor, pois ela é, sem dúvida, muito mais forte do que podemos sequer descrever. Durante algum tempo, para muitos, demasiado tempo, ficamos com a impressão de que essa dor nunca irá passar. "Uma ferida que se abre e que nunca mais vai cicatrizar". É impossível alguém passar por uma perda e não sofrer. Por isso, é preciso vivermos o processo do luto, e esse processo precisa de tempo! E o tempo nunca é igual para todos, todos vivemos as perdas de forma diferente, mesmo que se trate de pessoas com o mesmo grau de parentesco. A duração e a intensidade é que são diferentes... Sabemos que algumas características determinam a duração e a intensidade desse luto, como por exemplo, a forma como a pessoa morreu, o que ela representa emocionalmente para nós, a qualidade desse mesmo relacionamento, o apoio psicológico que se recebe, a estrutura psíquica de cada pessoa e todo um historial de perdas anteriores...

As palavras "o tempo cura", que ouvimos em diversos momentos, e que muitas vezes teimamos em não acreditar, porque achamos que os outros não compreendem e não respeitam a nossa dor, porque achamos que somos merecedores desse sofrimento, motivo pelo qual devemos penar, por incrível que pareça, são verdadeiras.

Faz bem falar sobre a pessoa que morreu, ver fotografias, chorar por sentirmos saudades. Lembrarmo-nos de a ter tocado, nem que fosse por um instante, nem que fosse já sem o sopro da vida... Na medida em que há diálogo, vamos ganhando forças para retomar o dia-a-dia.

Infelizmente, aprendemos mais com a dor do que com a felicidade. É na dor que paramos para reflectir acerca dos nossos valores, é muitas vezes a dor que nos faz crescer e amadurecer e, nesses momentos, passamos a dar mais valor às pessoas que nos rodeiam, porque ficamos com a firme certeza de que um dia as vamos perder também.

É urgente que se viva ao máximo cada dia que passa, não diria como se fosse o último, mas para ficarmos com a garantia de que o aproveitamos da melhor maneira. Quem não viu o Clube dos Poetas Mortos, filme que marcou tanto a nossa adolescência e nos fez compreender a expressão do CARPE DIEM? É preciso resolvermos todas as questões pendentes e "não deixarmos para amanhã aquilo que podemos fazer hoje!" É necessário agradecer por tudo o que de bom e de mau nos acontece, porque mesmo no segundo momento, nós crescemos. É preciso perdoar e ser perdoado! É preciso que exista uma entrega total daquilo que somos, não termos medo de nos revelarmos... É importante falar de sentimentos e vivê-los também!

Sei que parece muito fácil escrever/ler tudo aquilo que aqui foi dito. Dirão alguns que só quem passa é que sabe... Acreditem, eu sei mesmo daquilo que falo. Por vezes até gosto de ser um bocadinho egoísta e pensar que ninguém sofreu aquilo que eu já sofri... mas isso daria um livro e não é apenas das minhas dores que eu quero falar, não hoje, não aqui.

A Morte é também, tal como eu dizia acerca da Felicidade, um lugar estranho! Dizem até que poderíamos definir vários estádios de dor quando enfrentamos a morte, por exemplo, quando ela é súbita e inesperada, a dor é infinitamente maior do que quando sabemos que por uma doença que se arrasta há algum tempo o processo ou a elaboração da perda é mais lenta, ainda que sofrida! Ainda há aqueles que dizem: ah, já estavam à espera/ou preparados! F****!!! Acreditem: NUNCA NINGUÉM ESTÁ À ESPERA E MUITO MENOS PREPARADO QUANDO A MORTE NOS BATE À PORTA!! A dor quando chega, chega e não é maior ou menor porque houve todo um processo de preparação. A dor é exactamente a mesma quando se perde alguém importante na vida, seja de que modo for.

A morte é uma ocasião triste, mesmo quando é um bebé que nasce sem vida, mesmo quando a pessoa que morre já é idosa, ou está muito doente, ou até mesmo já nem tem a consciência do que tem ou das pessoas que as rodeiam. Quantas vezes nós próprios, confrontados com doentes com Alzheimer, dizemos que queremos morrer antes de ficarmos naquele estado? Quando um doente desses morre, talvez, nos primeiros momentos, e apenas em alguns casos, talvez a família respire de alívio por não estar perante todo o sofrimento do seu ente querido, ou a demência do/a idoso/a... Mas depois vem aquele momento que acontece nesta e em todas as outras situações: a consciência de que já não a vamos ver mais, pelo menos de uma forma física, que a sua voz, o seu choro nunca mais vai será ouvido, que não se vai sentar à nossa mesa para jantar, que não vamos mais receber um telefonema dela, que já não a vamos poder convidar para um café, chorar ou rir com ela, ou simplesmente ESTAR na nossa presença. Não vai envelhecer connosco, se nós também chegarmos a envelhecer e que ela vai seguir por um caminho que nós desconhecemos.

O que é que haverá para além disto? Será a Morte apenas um passaporte para a eternidade? Será que a eternidade existe, ou é apenas um conceito a que nos agarramos para que tudo isto que vivemos faça algum sentido?

Alguns entendidos na matéria dizem que quatro estações são necessárias para que se possa seguir em frente depois de uma perda. Todos aqueles primeiros momentos, especiais, depois da morte são sempre os mais difíceis: o primeiro aniversário, o primeiro natal, o primeiro fim de ano, as primeiras férias... são as ocasiões que são sempre as mais dolorosas. Mas o passar do tempo vai amenizando a dor e vai dando lugar a uma certa nostalgia, ao carinho da lembrança.
No instante da perda acreditamos que nunca mais seremos capazes de sorrir, mas depois de alguns nascer e por-do-sol, vamos descobrindo que a vida está presente em nós, que ainda somos capazes de nos alegrar com outras coisas, sem que isso diminua o amor e a saudade que sentimos por quem partiu.

A vida depois continua. ainda que por um longo ou curto período de tempo a sensação que temos é que tudo ficou em standby...

Deveríamos desenvolver a capacidade de enfrentar momentos difíceis e de nos ajustarmos às situações de perda, que acontecem, invariavelmente, na vida. O reestabelecimento emocional é o mais importante para seguirmos adiante, e quer queiramos ou não, os nossos laços afectivos com a pessoa que perdemos continuarão a existir, julgo que até Ad Eternum. A despedida não é colocar um ponto final a toda uma vivência conjunta, é uma forma de esperança de a encontrarmos na eternidade, se ela existir, e, até lá, o que fazemos é encontrar um cantinho de carinho e de boas recordações dentro do nosso coração para instalarmos essa pessoa, ainda que repletos de saudade.

A partir daí... é reconstruir a vida, pedra por pedra!

O Dr. Morris Netherton, com Doutoramento em Psicologia, afirma que a morte é o momento em que deixamos tudo por terminar. Se surge repentinamente, levaremos essa situação não resolvida para outra vida. Por isso, uma palavra de esperança de encontrarmos quem perdemos, num outro tempo, num outro lugar!

Sei que todos continuaremos a fazer esta pergunta a vida inteira: Mas porque temos nós/ou os outros de morrer?

Os psicólogos, os filósofos, os religiosos encontrarão certamente respostas para esta pergunta... eu apenas digo: porque já estava escrito assim, naquele livro que nós ainda não tivemos a capacidade de ler...

Sei que não estou a contribuir em nada para que se respondam a esta e a muitas outras questões que aqui foram sendo colocadas, sei que também nada disto vai impedir de continuarmos com medo de receber um telefonema a meio da noite, para ouvir aquela notícia que ninguém quer receber! E sei que posso estar para aqui com conversas mórbidas, mas no momento em que sou confrontada com a morte, engulo tudo isto em seco... hoje apeteceu-me deitá-lo cá para fora!

Tudo aquilo que temos e a que nos podemos agarrar é ao "óbvio". Mas, às vezes, é o próprio óbvio que é o mais difícil de se visualizar... e de se sentir...
Esta é a vida que temos, hoje! O amanhã, apesar de pensarmos que faz parte de nós, não nos pertence e pode nem acontecer...

Confesso que até eu estou confusa e, como disse no início, nem sabia muito bem que percurso seguiriam a minhas palavras. Mas acima de tudo, aquilo que eu queria deixar aqui escrito é que: HOJE É O DIA!! Eu vou tentar repetir isto! Repitam, vocês também, quantas vezes forem necessárias: que hoje é dia de sermos felizes, que hoje é o dia de demonstrarmos o nosso Amor, que hoje é o dia de fazermos aquilo que nos apetece, que hoje é o dia de estarmos com quem nos apetece, de ouvirmos, de falarmos, de respeitar e sermos respeitados, o dia de sermos sinceros com os nossos sentimentos e com os sentimentos dos outros!

HOJE É o DIA em que eu vou abraçar a minha gata, vou brincar com o meu Betinho, vou dizer aos meus amigos de coração que sem vocês a vida não seria a mesma e que vocês são importantes para mim, vou dizer à minha mãe que a adoro e agradecer-lhe por me ter dado a vida, ainda que tenhamos gostos, por vezes, opostos, vou dizer aos meus irmãos que vamos sempre ser unidos, vou dizer ao MEU FILHO QUE O AMO E QUE ELE É A PESSOA MAIS IMPORTANTE DO UNIVERSO PARA MIM ... HOJE É, simplesmente, O DIA!

Porque amanhã... pode ser tarde demais!

Enquanto sentirmos o sangue pulsar nas nossas veias, é a vida que pulsa dentro de nós! Tudo o que podemos e devemos fazer é vivê-la. Alguém que amamos parte para sempre e isso é tremendamente doloroso. Essa pessoa é insubstituível ao nosso coração. Mas outros que amamos e que nos amam ainda estão por aqui e isso deve ser motivo de alguma alegria e conforto.
Por esses, pelo menos, devemo-nos reerguer, reagir, fazer um esforço. E principalmente por nós e para nós!!

Quatro estações e um pouco de paciência... o sol voltará a brilhar, a alegria vai de novo encher o coração e tudo vai voltar ao normal. É preciso acreditar nisso!!

Não sei se já leram aquele texto (já aqui publicado) de que a vida é semelhante a uma viagem de comboio... nesse texto aprendemos que a vida é repleta de despedidas, seja do amor, de um familiar ou qualquer outro ser que acarinhamos e que faz parte da nossa vida... essa pessoa deixará, para sempre o seu lugar vago, mas hão-de surgir outras pessoas para ocuparem esses lugares vazios, devemos deixar a natureza seguir o seu curso, por mais doloroso que isso possa parecer, e que já me pareceu... temos de dizer ADEUS, sempre que necessário for e lembrarmo-nos que nada acontece por acaso e um dia eu sei que estarei reunida com quem eu perdi!

Esta é a dinâmica da vida, ainda que nos deixe cheios de cicatrizes, como diz a Cecília Meireles: "Eu aprendi com a primavera a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira!"...

Assim sou eu... ou vou tentando...

sábado, 6 de março de 2010

Metáfora Perfeita...

Existem canções que tocam a nossa alma, esta é uma delas, uma metáfora perfeita daquilo que sinto neste momento... Um piano que ninguém toca, um piano de quem já ninguém se aproxima... um piano que toca uma melodia silenciosa...
Palavras para quê?


Come and see me
Sing me to sleep
Come and free me
Or hold me if I need to weep
Or maybe it's not the season
Or maybe it's not the year
Or maybe there's no good reason
Why I'm locked up inside
Just cause they wanna hide me
The moon goes bright
The darker they make my night

Unplayed pianos
Are often by a window
In a room where nobody loved goes
She sits alone with her silent song
Somebody bring her home

Unplayed piano
Still holds a tune
Lock on the lid (years, years pass by)
In a stale, stale room (in the changing of the moon)
Maybe it's not that easy (too many windows)
Or maybe it's not that hard (in a stale, stale room)
Maybe they could release me (stale, stale room)
Let the people decide
I've got nothing to hide
I've done nothing wrong
So why've I been here so long?

Unplayed pianos
Are often by a window
In a room where nobody loved goes
She sits alone with her silent song
Somebody bring her home

Unplayed piano (unplayed piano)
Still holds a tune
Years pass by
In the changing of the moon

Damien Rice

quinta-feira, 4 de março de 2010

Vazia...


Uma letra atrás da outra…
Uma palavra com sentido…
Já não consigo!
O que antes era tão instintivo, hoje teima em não sair…
A caneta já não se esquiva no papel, as frases não se agrupam, nem sequer as ideias se atropelam no pensamento, para saírem umas à frente das outras de tão parcas que estão…
Se calhar já não tenho alma ou forças para lá chegar…
A inspiração deixou-me, como tantas outras coisas que partiram para jamais voltar e sem nada dizer…
Hoje não há promessas, nem vontade de as fazer ou de cumprir…
Os dias seguem-se, uns atrás dos outros, todos iguais e todos diferentes…
A existência já não é simultânea, já não é partilhada, porque assim o inventamos, porque assim o quisemos.
Já não nasce um sorriso ao olhar o passado, a imaginar o futuro…
E o presente, que era suposto ser uma dádiva, dói…
Tento convencer-me de que era para ser assim, que estava escrito assim naquele livro que tu nunca procuraste nem nunca leste.
Já tudo foi dito, já nada existe…
Apenas o silêncio, como se nada tivessemos sido, como se os nossos caminhos nunca se tivessem cruzado, como se as nossas vidas nunca se tivessem tocado…
Entregamo-nos ao tempo… esperamos que ele decida tudo da melhor maneira… ou da única ainda possível!
Amanhã será outro dia, se calhar um outro espaço…
As palavras hão-de sair para dizer tudo aquilo que ainda ficou preso na garganta, como este grito dentro da minha cabeça…
Mas nunca será o dia!
Porque não temos vontade para mais…
Continuarei inventando neste livro que nunca te emprestei…
Afinal já estava escrito assim…
Queria estar contigo e fingir que nada me magoou, que não fazem sentido todos os “não” a que nos agarramos…
Queria estar contigo como estive durante este tempo… toda, como eu sou…
Mas agora só já me restam palavras ocas, vazias de sentido… vazias de mim…
Pouso a caneta e vou…

Viagem de Comboio

Um texto que compara a vida com uma viagem de comboio.
Uma leitura extremamente interessante, quando é bem interpretada…

- O Comboio da Vida

"A vida não é mais do que uma viagem de comboio.
Repleto de embarques e desembarques, salpicado por acidentes, surpresas agradáveis em algumas estações e profundas tristezas noutras.
Ao nascer, subimos para o comboio e encontramo-nos com algumas pessoas que acreditamos que estarão sempre connosco nesta viagem: os nossos PAIS.
Lamentavelmente, a verdade é outra.
Eles sairão em alguma estação, deixando-nos órfãos do seu carinho, amizade e da sua companhia insubstituível.
Apesar disto, nada impede que entrem outras pessoas que serão muito especiais para nós.
Chegam os nossos irmãos, amigos e esses maravilhosos amores.
De entre as pessoas que apanham este comboio, também haverá quem o faça como um simples passeio.
Outros, só encontrarão tristeza nessa viagem…
E outros também, que circulando pelo comboio, estarão sempre prontos para ajudar quem precisa.
Muitos, quando descem do comboio, deixam uma permanente saudade…
Outros passam tão despercebidos que nem reparamos que desocuparam o lugar.
Às vezes, é curioso constatar que alguns passageiros, que nos são muito queridos, se instalam noutras carruagens, diferentes da nossa.
Assim, temos de fazer o trajecto separados deles.
Mas, nada nos impede que, durante a viagem, percorramos a nossa carruagem com alguma dificuldade e cheguemos até eles…
Mas, lamentavelmente, já não nos poderemos sentar ao seu lado, pois estará outra pessoa a ocupar o lugar.
Não importa. A viagem faz-se deste modo: cheio de desafios, sonhos, fantasias, esperas e despedidas… mas nunca de retornos.
Então, façamos esta viagem da melhor maneira possível…
Tratemos de nos relacionar bem com todos os passageiros, procurando em cada um, o melhor deles.
Recordemos sempre que em algum ponto do trajecto, eles poderão hesitar ou vacilar e, provavelmente, vamos precisar de os entender…
Como nós também vacilamos muitas vezes, sempre haverá alguém que nos compreenda.
No fim, o grande mistério é que nunca saberemos em que estação vamos sair, nem, muito menos, onde sairão os nossos companheiros, nem sequer, aquele que está sentado ao nosso lado.
Fico a pensar se, quando sair do comboio, sentirei nostalgia…
Acredito que sim.
Separar-me de alguns amigos com quem fiz a viagem, será doloroso.
Deixar que o meu filho siga sozinho, será muito triste.
Mas agarro-me à esperança que, em algum momento, chegarei à estação principal e terei a grande emoção de vê-los chegar com uma bagagem que não tinham quando embarcaram.
O que me fará feliz, será pensar que colaborei para que a sua bagagem crescesse e se tornasse valiosa.
Meu amigo, façamos com que a nossa estadia neste comboio seja tranquila e que tenha valido a pena.
Esforcemo-nos para que, quando chegue o momento de desembarcar, o nosso lugar vazio deixe saudades e umas lindas recordações para todos os que continuam a viagem.
Para ti, que és parte do meu comboio, desejo-te uma…
Viagem Feliz!"

(Autor Desconhecido)